Bertha Benz e a primeira viagem de automóvel
RIO - Desde que o francês Nicolas-Joseph Cugnot fez um desajeitado trator militar movido a vapor, em 1769, muita gente tentou criar um automóvel prático. Quem conseguiu foi o engenheiro alemão Karl Friedrich Benz (1844-1929). Desde 1871, ele trabalhava com fundições na cidade de Mannheim, no sudoeste da Alemanha. Com a ajuda da bela esposa Bertha Benz (1849-1944), montou uma empresa para a construção de motores de combustão interna: primeiro de dois tempos e, finalmente, de quatro tempos. Os negócios, contudo, iam mal. Entusiasta das bicicletas e dos motores, Benz acabou inventando o automóvel... Sua mente genial bolou um chassi tubular, um sistema de tração e pronto - nasceu o Patent-Motorwagen. O curioso é que, a menos de 100km de distância e sem o conhecimento de Benz, outro alemão também avançava na criação do automóvel. Era Gottlieb Daimler. Só em 1926 é que as empresas se uniriam, formando a Daimler-Benz. O primeiro exemplar do Benz Patent-Motorwagen, de 1886, hoje está no Deutsches Museum, em Munique. Depois, vieram aperfeiçoamentos, até que as vendas ao público enfim começassem, em 1888. Na primeira viagem de automóvel, iniciada em 5 de agosto de 1888, era Bertha Benz quem estava ao volante... Pela manhã, sem falar nada ao marido, ela pegou dois de seus filhos adolescentes e dirigiu até a casa da mãe. Foi um passeio de 106 quilômetros dirigindo o terceiro exemplar do Patent-Motorwagen produzido. Nesse caminho, farmacêuticos forneciam benzina para alimentar o motor e sapateiros ajudavam a arrumar os freios (de couro). Richard e Eugen, os dois pimpolhos Benz, ajudavam mamãe a empurrar o carro ladeiras acima. A viagem deu grande publicidade à firma do casal Benz e, a partir daí, vieram grandes aperfeiçoamentos nos freios e na caixa de câmbio.